A prevenção da cegueira infantil é um desafio global que pode ser enfrentado com diagnóstico rápido e tratamento adequado. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 500 mil crianças ficam cegas todos os anos, e até 60% não sobrevivem à infância. No Brasil, mais de 27 mil crianças e adolescentes com até 14 anos convivem com cegueira ou baixa visão severa, e a maior parte desses casos poderia ter sido evitada com exames simples e acompanhamento especializado desde cedo.
A infância é um período decisivo para o desenvolvimento da visão, e condições como catarata congênita, glaucoma congênito, estrabismo, ptose palpebral (pálpebra caída), infecções perinatais como a toxoplasmose congênita e doenças hereditárias precisam ser acompanhadas desde os primeiros dias de vida. Sinais como desvio ocular persistente, fotossensibilidade, lacrimejamento contínuo, falta de atenção a rostos e objetos e pupila esbranquiçada em fotos com flash devem motivar avaliação imediata, pois podem indicar doenças graves, como o retinoblastoma. O teste do reflexo vermelho, conhecido como teste do olhinho, é um dos principais aliados do diagnóstico precoce no Brasil e é obrigatório desde 2010 nas maternidades.
Esse exame permite identificar alterações ainda nas primeiras horas de vida, e quando algo é detectado, o bebê pode ser encaminhado rapidamente para avaliação especializada, aumentando muito as chances de preservação da visão. Além disso, é importante que pais e responsáveis observem sinais como desvio ocular, dificuldade de focar objetos, olhos aumentados ou muito pequenos, e outros sintomas que possam indicar problemas de visão. A oftalmologista Stefânia Diniz destaca que cuidar da saúde ocular infantil é um investimento no futuro, pois crianças que enxergam bem aprendem melhor, convivem com mais autonomia e têm maiores condições de construir um futuro com liberdade.
As causas da cegueira infantil variam, mas algumas aparecem com maior frequência, como problemas durante a gravidez, parto ou nos primeiros meses de vida. A catarata congênita, o glaucoma congênito e o retinoblastoma são exemplos de condições que podem levar à cegueira se não forem tratadas precocemente. No entanto, com o acompanhamento médico adequado e o tratamento oportuno, muitas dessas condições podem ser controladas ou curadas. Portanto, é fundamental que os pais e responsáveis estejam atentos aos sinais de alerta e levem seus filhos para avaliação médica regularmente, garantindo que eles tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade e possam desenvolver todo o seu potencial.
