Com 8 anos ele já fazia seu dinheiro e nunca saiu da roça, o homem que transformou o fumo em sustento, criou três filhos na terra e mantém viva uma tradição rara do interior.
A vida de João, um homem de 71 anos, é um testemunho da resistência da comunidade rural à migração para as cidades grandes. Com uma vida toda ligada ao fumo, ele é um símbolo da tradição que ainda se mantém viva em muitas regiões do interior do país. Não é comum encontrar alguém que, desde a infância, tenha dedicado sua vida ao trabalho da terra, mas João é um exemplo disso. Desde os 8 anos, ele já começava a ganhar dinheiro ajudando outros produtores de fumo na zona rural de Rio Pomba, em Minas Gerais.
Nessa época, João começou a entender na prática quanto esforço era necessário para produzir cada folha de fumo. O trabalho na roça não tem folga, e a ideia de um fim de semana é algo desconhecido para muitos que vivem da terra. João cresceu em um ambiente onde o fumo era a cultura dominante, e ele nunca se encantou pela escola. Preferiu o campo, a lida, a sensação de produzir algo concreto ao final do dia. O trabalho pesado se tornou a linguagem principal desde cedo, muito antes de pensar em ter sua própria plantação. Com o tempo, João deixou de atuar apenas como empregado para produtores maiores e passou a plantar o próprio fumo. Comprou mudas, aprendeu a manejar a cultura e fincou raízes definitivas na área rural do município.
Hoje, João é um empresário rural, com uma propriedade onde ele produz fumo de qualidade com a ajuda da família. Ele e sua família trabalham juntos, desde a coleta das folhas até a produção do fumo. Os filhos de João também ajudam na lavoura, na horta e no cuidado dos animais. Com a cooperação da família, a propriedade continua a florescer, contribuindo para a tradição rural da região. João se orgulha de ter criado três filhos na terra e de mantê-los envolvidos na produção da família. Para ele, a propriedade não é apenas uma fonte de renda, é uma extensão da sua própria família. Com a mudança das épocas e o passar dos anos, João continua a trabalhar com dedicação e amor pela terra, fazendo do fumo um símbolo da resistência e da perseverança da comunidade rural. Em um mundo cada vez mais urbano, a história de João é um exemplo de como a tradição e o conhecimento acumulado podem ser mantidos vivos na comunidade.
