Em uma entrevista de capa à revista Clash, que foi amplificada pelo site Consequence, Hayley Williams, vocalista e principal compositora da banda Paramore, anunciou oficialmente a próxima turnê solo que dará suporte ao seu álbum “Ego Death At A Bachelorette Party”. A declaração, feita em meio a um cenário de crescente debate sobre inclusão em eventos musicais, destaca de forma explícita o posicionamento da artista contra qualquer forma de intolerância. O anúncio veio pouco tempo depois de sua última participação em shows com a banda, quando se destacou por sua presença de palco enérgica e sua capacidade de conectar-se com o público em temas sociais, consolidando sua relevância na cena pop‑rock contemporânea.

O novo projeto de Williams segue a trajetória de experimentação musical que iniciou com o álbum solo “The Only Song … ”, em 2018, quando ela explorou estilos alternativos dentro do pop e do rock, trazendo colaborações com produtores como Dan Reynolds e músicos de apoio da própria banda. “Ego Death At A Bachelorette Party” promete continuar essa tendência de fusão entre nuvem de synth‑pop e guitarras distorcidas, com letras que abordam identidade e empoderamento. A produção conta com o trabalho de produtores que já colaboraram em títulos da própria banda, como Justin Boyd e Rob O’Connor, reforçando a continuidade entre o som de Paramore e o individual. Embora os números de pré‑pedidos e streams ainda estejam em fase inicial, o lançamento do álbum é marcado para o segundo semestre de 2025, com expectativa de alcance em plataformas de streaming e um possível clipe de lançamento.

Durante a entrevista, Williams deixou claro que o ambiente de suas performances será filtrado por princípios de inclusão. “Eu não quero racistas por perto, não quero pessoas machistas por perto e não quero pessoas lá que achem que pessoas trans são um fardo”, afirmou. A artista explicou que a escolha de repertório, a seleção de coreógrafos e a própria equipe de produção foram pensadas para criar um espaço de segurança e empatia, onde “todos devem se sentir bem‑vindos à festa”. Ela ressaltou que a própria energia coletiva do público, ao se unir em torno de mensagens positivas, funcionaria como um repelente natural para ideologias nocivas. A declaração culminou em um ultimato direto: “Todos são bem‑vindos se você acredita que todos devem ser bem‑vindos… Se você não acredita nisso, você não é bem‑vindo!”. Essa postura reflete uma tendência mais ampla na indústria musical, onde artistas e organizadores estão cada vez mais conscientes de seu papel em fomentar espaços seguros durante os shows, especialmente em épocas de polarização social.

A resposta da comunidade musical tem sido de apoio, com comentários de outros artistas e críticos reconhecendo a coragem de Williams em estabelecer limites claros. A própria política de entrada de shows em grandes arenas está sendo revista em vários países, buscando reduzir assaltos de discursos de ódio durante eventos ao vivo. A iniciativa de Williams pode servir de modelo para festivais e turnês internacionais, inspirando protocolos de segurança que vão além de medidas físicas, incorporando vigilância cultural e inclusão ativa. O impacto, portanto, pode transcender o simples sucesso comercial do álbum, influenciando práticas de gestão de público e contribuindo para a evolução de um ambiente mais inclusivo no cenário musical brasileiro e global.

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