O mundo do cinema está passando por uma transformação interessante, especialmente com a recente declaração de Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, sobre o sucesso de filmes em diferentes plataformas. Segundo Sarandos, não há razão para acreditar que um filme seja melhor assistido em um tamanho de tela específico, o que levanta questionamentos sobre a experiência cinematográfica tradicional. Com a aquisição do arquivo completo da Warner Bros. Entertainment, incluindo os estúdios HBO e HBO Max, por aproximadamente US$ 82,7 bilhões, a Netflix reafirma sua posição como uma das principais plataformas de entretenimento do mundo. Essa movimentação sugere que a forma como consumimos filmes pode estar mudando, com a Netflix apostando forte na ideia de que os sucessos de bilheteria também podem ser sucesso em suas plataformas de streaming.

A declaração de Sarandos sobre o Barbenheimer, nome dado à estreia simultânea de “Barbie” e “Oppenheimer” nos cinemas mundiais, trouxe à tona a discussão sobre a experiência de assistir a filmes em diferentes contextos. Segundo ele, ambos os filmes seriam ótimos para a Netflix, indicando que a plataforma não vê limitações nos tipos de filmes que podem ser bem-sucedidos em seu catálogo. A menção a seu filho, de 28 anos, assistindo a “Lawrence da Arábia” no celular, serve como exemplo de como as novas gerações consomem filmes de maneira diferente, desafiando a noção tradicional de que certos filmes precisam ser vistos em telas grandes para serem apreciados adequadamente. Essa perspectiva é interessante, considerando que a Warner Bros. tem um histórico de produzir filmes para cinemas, enquanto a Netflix tem priorizado estreias em streaming, com apenas alguns longas selecionados recebendo curtas exibições em cinemas.

A aquisição da Warner Bros. pela Netflix traz à tona questões sobre como a empresa lidará com o conteúdo existente e futuro. Sarandos expressou que não acredita haver uma resposta simples sobre o que é adequado ou não para a Netflix, sugerindo que a plataforma está aberta a explorar diferentes tipos de conteúdo, desde que sejam atraentes para seu público. Ele mencionou que a Netflix não produz notícias de última hora, por exemplo, porque existem outros veículos mais adequados para esse tipo de conteúdo, destacando a importância de entender o que os usuários buscam na plataforma. Com a saída de Scott Stuber da presidência da Netflix em janeiro, Sarandos afirmou que a plataforma não alteraria sua estratégia ou combinação de filmes licenciados e originais, defendendo que os filmes originais do streaming atraem algumas das maiores audiências do mundo.

A perspectiva de Sarandos sobre a experiência cinematográfica e a forma como os filmes são consumidos traz um novo olhar sobre o futuro do entretenimento. Com a aquisição da Warner Bros., a Netflix se posiciona para expandir ainda mais seu catálogo e influenciar a indústria cinematográfica. A combinação de filmes novos e clássicos, junto com a capacidade de atingir uma audiência global, coloca a Netflix em uma posição única para moldar como os filmes são produzidos, distribuídos e consumidos. Embora haja debates sobre a qualidade da experiência de assistir a filmes em diferentes contextos, a declaração de Sarandos destaca a importância de entender as preferências do público e como elas estão mudando, especialmente com o avanço da tecnologia e a acessibilidade a conteúdos em diversas plataformas.

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