Corinthians e Botafogo dividiram os pontos em 2 a 2 na tarde deste domingo, na Neo Química Arena, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, resultado que manteve o Glorioso na quinta colocação com 59 pontos – posição que, combinada com a derrota de adversários diretos, ainda garante remotas chances de Libertadores sem depender da prévia. O empate prolongou a invencibilidade alvinegra para oito jogos, mas também reforçou a sensação de oportunidade perdida: o time comandado por Davide Ancelotti esteve duas vezes na frente do marcador e permitiu o empate aos 44 do segundo tempo, em bola aérea.
O técnico italiano reconheceu o erro no lance do primeiro gol corintiano, saído de tentativa de saída pelo chão, mas ressaltou que o risco faz parte da identidade que tenta imprimir ao elenco desde que chegou ao Rio de Janeiro. “Se queremos propor o jogo, acontece de sofrer nessas situações; não pode acontecer, mas hoje aconteceu. A sensação é que poderíamos ter fechado o segundo tempo em 3 a 1, com os contra-ataques que criamos”, afirmou. Os números sustentam sua avaliação: o Botafogo finalizou 15 vezes, acertou 55% de posse de bola e teve três bolas na trave, duas delas com Cuiabano, autor do primeiro gol alvinegro. Jordan Barrera, o outro nome do ataque, marcou pela terceira partida consecutia e já soma sete de agosto para cá.
A sequência positiva transformou o clube carioca no melhor visitante do returno – foram 12 pontos somados fora de casa desde setembro – e colou o time de Davide nos calcanhares do quarto colocado, que abre a zona direta de Libertadores. Com dez pontos perdidos em vantagens no segundo tempo nesse período, porém, o Botafogo convive com a conta de quando a coragem vira precipitação. O próprio comandante admite que o equilíbrio entre intensidade e cuidado ainda é o ponto a ser ajustado para 2026. “O Brasileiro é físico, cheio de duelos, e tem muitos treinadores de nível. Isso eleva o nível tático da competição e exige que você mude o plano dentro da partida”, completou o italiano, em referência ao esquema 3-5-2 que migrou para 5-4-1 na reta final para conter as investidas corintianas.
O calendário não dá trégua: na quinta-feira, às 19h30, o Botafogo encara o Cruzeiro no Mineirão, em confronto direto com outro candidato ao G-6. Uma vitória pode deixar o time com 62 pontos, dependendo do resultado do Bragantino, e adiar a definição da vaga para a última rodada, diante do Athletico-PR, no Nilton Santos. O departamento médico segue monitorando o desgaste de Tchê Tchê e Danilo, ambos com queixas musculares, enquanto o staff de preparação física tenta reduzir o acúmulo de minutos de Eduardo e Matheus Martins, titulares absolutos no período sem derrotas. A missão é clara: somar pelo menos quatro pontos nas duas jornadas finais para garantir vaga na pré-Libertadores e cumprir o objetivo mínimo traçado pela diretoria quando da contratação de Ancelotti, em junho.
