Águas Claras continua registrando valorização acima da média do Distrito Federal — 4,3 % nos últimos doze meses, segundo dados do Creci-DF —, mas o recente furto de uma bicicleta de R$ 6 mil dentro de um condomínio de alto padrão, flagrado pelas câmeras na garagem do segundo subsolo, lembra ao comprador que a segurança não pode ser dada como garantida. O caso, registrado na 21ª DP (Taguatinga Sul), reforça a importância de verificar, antes de fechar negócio, se a convenção condominial prevê cláusulas de responsabilidade por objetivos deixados em áreas comuns e se o síndico mantém protocolos de vigilância atualizados. Para quem compra visando locação, a notícia é dupla: por um lado, a demanda por unidades com bicicletário e acesso controlado continua alta; por outro, a percepção de risco pode pressionar os valores dos alugueis, caso o condomínio não ofereça respostas rápidas.

Na planta, os imóveis de dois quartos com vaga de garagem e depósito no subsolo estão sendo negociados entre R$ 450 mil e R$ 520 mil, dependendo do andar e da existência de bicicletário privativo. Usados de mesma metragem, com 55 m² a 65 m², variam de R$ 480 mil a R$ 580 mil, com taxa condominial entre R$ 650 e R$ 850. Financiamento com subsídio de até 80 % pelo SBPE ou pelo programa Minha Casa, Minha Vida (faixa 1,5), permite entrada de 10 % e parcelas a partir de R$ 2.800 em 30 anos, taxa efetiva 9,2 % a.a. mais TR. Quem busca três quartos encontra ofertas na faixa de R$ 680 mil a R$ 780 mil, com vaga dupla e hobby-box; nesses casos, a taxa condominial sobe para R$ 1.200, incluindo ronda motorizada e catracas com reconhecimento facial — itens que, segundo a advogada Priscila Felzemburgh, estão se tornando exigência para manter o valor de reverva e evitar discussões judiciais após furtos.

A localização entre o Eixo W e a via L4 mantém a mobilidade como trunfo: distância de 1,8 km da estação do metrô e acesso ao BRT em dez minutos de caminhada sustentam a valorização, mesmo com a insegurança pontual. O estoque de novas unidades, porém, caiu 18 % no terceiro trimestre, o que tensiona preços para 2026. Construtoras reagem lançando empreendimentos com garagens em dois níveis e depósitos individuais, mas o custo extra de R$ 35 mil a R$ 50 mil pela vaga coberta com bicicletário fechado já é repassado ao comprador. Quem compra para investimento deve considerar que, na região Norte de Águas Claras, o aluguel de apartamentos de 60 m² está R$ 3.200, rendendo entre 0,55 % e 0,65 % ao mês — rentabilidade que cobre a taxa condominial e ainda supera a poupança, desde que o síndico mantenha a segurança como diferencial.

Tendências apontam que, após o registro do furto, os condomínios da quadra 306/307 passaram a exigir seguro contra furto de objetos em áreas comuns, com apólice coletiva que custa R$ 25 por unidade por mês. A medida, ainda voluntária, já é condição para locação em alguns edifícios novos e pode virar item de convenção em assembleias do próximo ano. Para o comprador, o custo extra é compensado pela desvalorização menor: dados preliminares mostram que edifícios com seguro e ronda 24 h tiveram queda de apenas 0,8 % no valor do m² após incidentes, contra 3,2 % naqueles sem protocolo de resposta. Em um mercado com oferta escassa e demanda estável, a diferença representa R$ 15 mil a R$ 20 mil de patrimônio preservado na revenda.

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