A violĂȘncia contra a mulher Ă© um problema grave e persistente no Brasil, com impactos devastadores na saĂșde e no bem-estar das vĂtimas e de suas famĂlias. Recentemente, um caso chocante de feminicĂdio em Santo AndrĂ©, regiĂŁo metropolitana de SĂŁo Paulo, chamou a atenção para a urgĂȘncia do tema. Uma farmacĂȘutica de 38 anos foi morta a facadas pelo ex-marido na frente da filha de 11 anos, evidenciando a crueldade e a frequĂȘncia desse tipo de crime. De acordo com a Secretaria de Segurança PĂșblica de SĂŁo Paulo, a cidade registrou um recorde de 53 feminicĂdios entre janeiro e outubro de 2025, o maior nĂșmero desde 2015, quando a sĂ©rie histĂłrica foi iniciada. Esse dado alarmante ressalta a importĂąncia de açÔes efetivas de prevenção e proteção Ă s mulheres.
A violĂȘncia domĂ©stica e o feminicĂdio sĂŁo problemas complexos que envolvem fatores como a cultura machista, a desigualdade de gĂȘnero, a falta de apoio Ă s vĂtimas e a ineficiĂȘncia do sistema de justiça. Mecanismos como a Lei Maria da Penha, que estabelece medidas protetivas para as vĂtimas de violĂȘncia domĂ©stica, sĂŁo cruciais, mas sua efetividade depende da conscientização da sociedade e da ação integrada dos poderes pĂșblicos. Cuidados como a criação de redes de apoio Ă s vĂtimas, o fortalecimento das polĂticas de gĂȘnero e a capacitação de profissionais de saĂșde e segurança para identificar e responder adequadamente Ă s situaçÔes de violĂȘncia sĂŁo essenciais. AlĂ©m disso, Ă© fundamental que as mulheres saibam como buscar ajuda e que tenham acesso a serviços de apoio, como linhas de atendimento e abrigos.
No entanto, apesar dos esforços, persistem limites e desafios. A subnotificação dos casos de violĂȘncia domĂ©stica e feminicĂdio Ă© um obstĂĄculo significativo para a compreensĂŁo da magnitude do problema e para a elaboração de polĂticas pĂșblicas eficazes. A demora na resposta do sistema de justiça e a falta de recursos para apoiar as vĂtimas e suas famĂlias tambĂ©m sĂŁo gargalos crĂticos. Ademais, a violĂȘncia contra a mulher Ă© um problema que afeta desproporcionalmente as mulheres mais vulnerĂĄveis, como as que vivem em situação de pobreza, as mulheres negras e as mulheres indĂgenas. Portanto, Ă© imprescindĂvel que as polĂticas de prevenção e combate Ă violĂȘncia contra a mulher sejam formuladas e implementadas de forma a considerar essas desigualdades.
A prevenção do feminicĂdio e da violĂȘncia domĂ©stica requer uma abordagem multifacetada que envolva nĂŁo apenas a repressĂŁo penal, mas tambĂ©m açÔes de prevenção, conscientização e apoio Ă s vĂtimas. A sociedade como um todo tem um papel a desempenhar na mudança cultural necessĂĄria para erradicar a violĂȘncia contra a mulher. Isso inclui a promoção da igualdade de gĂȘnero, o respeito aos direitos das mulheres e a solidariedade com as vĂtimas. Somente com um esforço coletivo e continuado serĂĄ possĂvel reduzir a incidĂȘncia desses crimes e garantir que as mulheres vivam sem medo de violĂȘncia.
