“A corrida pelo ouro na Amazônia peruana: um preço terrível para um sonho de rico”

Na região de Loreto, no Peru, dezenas de jovens jovens mergulham diariamente em águas turvas do rio Nanay em busca de ouro, trocando conforto e segurança pelas promessas de uma recompensa financeira. Com um salário mínimo local, alguns garimpeiros ganham até R$ 5 mil por mês, um valor que é irresistível para jovens que vivem nos limites da pobreza. Alguns ganham até US$ 1.000 mensais em períodos de alta produção, um valor que é quase um sonho de rico para quem não tem acesso a outras oportunidades de emprego decente.

Essa corrida pelo ouro, no entanto, vem com um preço terrível. Os garimpeiros usam mercúrio para separar o metal precioso da rocha, liberando vapores tóxicos que contaminam o ar, o solo e a cadeia alimentar. Mais de 170 mil indígenas em territórios isolados ao longo do rio estão sendo afetados por essa prática. O rio, que antes era fonte de peixes limpos e água potável, agora é um ecossistema envenenado. As patrulhas indígenas que tentam bloquear as dragas de extração têm enfrentado violência, e a explosão do garimpo ilegal na Amazônia peruana ocorreu desde a pandemia de covid-19, quando o desemprego e a alta no preço do ouro atraiu trabalhadores para as margens do rio.

Entre 2021 e julho de 2023, foram identificados 122 casos de mineração irregular ao longo do rio, com o Nanay concentrando três vezes mais sítios de extração do que os outros dez rios afetados na região. Em 2025, o número de dragas operando no rio atingiu 275, uma cifra assustadora. As embarcações, proibidas por lei, sugam o leito do rio, misturam sedimentos com mercúrio e liberam rejeitos contaminados de volta à corrente. A consequência é a perda de uma fonte de vida para as comunidades locais, que dependem do rio para sobreviver. A corrida pelo ouro também está destruindo o patrimônio cultural e natural da Amazônia, afetando a vida selvagem e as comunidades indígenas que vivem nas proximidades.

O governo peruano precisaria agir rapidamente para controlar a situação e proteger os direitos dos indígenas e a Amazônia. Enquanto isso, os jovens garimpeiros continuam a correr o risco de suas vidas em busca do ouro, sem equipamentos ou proteção, e as consequências para a região só pioram com o passar do tempo.

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