Erros de Construção: Quando Obras Grandiosas Comparam Decenas de Milhões de Desapontamentos
Imagine um projeto arquitetônico visionário, inaugurado com grande aparato na década de 2000, mas que mais de uma década depois está prestes a ser demolido por não atender às normas técnicas e de segurança. O caso do Millennium Tower, em São Francisco, é apenas um dos muitos exemplos que demonstram os perigosos e custosos erros de construção em todo o mundo.
A Cidade Estelar de Liyang, em Kunming, China, foi outro projeto que sofreu um destino semelhante. Inaugurada em 2012, a cidade foi planejada para ser um centro urbano de alto padrão, com 15 arranha-céus distribuídos em quatro grandes terrenos. No entanto, a mudança de controle do projeto, apenas um ano após o início da construção, foi o sinal de alerta para problemas financeiros e técnicos que não saíram nunca de debaixo das tapas. As obras avançaram de forma desigual, com apenas quatro torres concluídas e outras 15 ficaram no esqueleto. Em 2020, um novo grupo imobiliário comprou o ativo, mas o diagnóstico foi devastador: as estruturas não atendiam mais às condições técnicas esperadas. Para solucionar o problema, mais de 4.000 toneladas de explosivos foram utilizadas para demolir, em 45 segundos, os 15 arranha-céus nunca utilizados. O episódio se tornou a maior demolição simultânea já realizada na China e um dos símbolos dos erros de construção mais caros do mundo, com prejuízos que passem de US$ 7 bilhões.
Em diferentes partes do mundo, os exemplos de falhas na construção são comuns. Em São Francisco, o caso do Millennium Tower é um exemplo de como decisões equivocadas em solo, fundação, licenciamento e gestão de riscos podem comprometer décadas de investimentos e atingir diretamente a confiança da população em grandes projetos. Com 61 andares, o edifício servia como ícone residencial de alto padrão, mas a deformação das fundações e risco de colapso o fizeram ser um símbolo de perigos e prejuízos. Além do caso do Millennium Tower, há outros exemplos de demolições históricas que também chamam a atenção. Um exemplo é a Ponte do Monte de São Pedro, no Chile, que foi construída em 1902, mas foi demolido por não ter resisitido a uma grande inundação, devido à falta de uma base sólida.
Em Portugal e Grécia, outro exemplo marcante é o projeto do Istmo de Corinto que foi cancelado por ter falhas técnicas e problemas de gestão. Esses exemplos mostram como os erros de construção podem se tornar gigantescos e custosos, afetando não apenas os investidores, mas também a população atingida pelo problema, que sofre consequências diretas em suas vidas.
